No post desta semana vamos falar sobre uso de Inteligência Artificial para prever tendências, mas orientado por dados. Esperamos que vocês gostem da matéria e você também está convidado a compartilhar um texto que considere importante para o nosso desenvolvimento. Para isso, por favor, entre em contato!
As agências de previsão de moda agora estão recorrendo a resultados quantitativos gerados por aprendizado de máquina para ajudar a identificar tendências emergentes. Ilustração: Paul Tansley/Observer Design
A inteligência artificial pode ajudar a prever as tendências de estilo, moldar coleções e contribuir para o meio ambiente ao reduzir o desperdício de material.
A indústria da moda está experimentando uma revolução impulsionada pela inteligência artificial (IA). As previsões de tendências, que são cruciais para designers e varejistas, agora estão incorporando análises de dados extensas, incluindo imagens de desfiles de moda, dados de mídias sociais e informações de vendas, tudo processado por algoritmos de IA. Isso permite prever com mais precisão o que será popular no futuro, reduzindo o desperdício e melhorando a eficiência já que no momento, 40% dos produtos de moda em todo o mundo não são vendidos pelo preço total e 25% dos produtos não serão vendidos de forma alguma.
As ferramentas de IA também podem ajudar a diversificar as coleções, identificando padrões de tendência em grupos demográficos que os consultores de outra forma poderiam ter ignorado.
Os consultores também estão recorrendo a big data coletados de postagens em mídias sociais para identificar as preferências dos consumidores, já que alguns influenciadores do Instagram agora têm tanto poder para definir tendências quanto os designers famosos – se não mais. Por exemplo, modelos de IA como os desenvolvidos pela empresa de Paris, Heuritech, analisam milhões de imagens postadas nas mídias sociais todos os dias. Eles examinam postagens relacionadas a roupas e moda, classificando os usuários como “edgy” (pessoas que usam estilos inovadores que podem ou não chegar ao mainstream, mas que são sinais-chave de tendências futuras), “trendy” (os influenciadores pioneiros de uma tendência que ajudarão a propagá-la) ou “mainstream” (o restante de nós).
Quarenta por cento dos produtos de moda não são vendidos pelo preço total. Foto: viafilms/Getty Images
No entanto, a moda é uma área fortemente influenciada por fatores emocionais e culturais difíceis de quantificar. A IA, por si só, não possui um senso estético nem compreende esses aspectos complexos. Portanto, os consultores de tendências continuam sendo essenciais. Eles aplicam seu conhecimento criativo e contextual para interpretar os dados e criar previsões relevantes para os consumidores.
Mantendo o equilíbrio entre dados e criatividade, as empresas de previsão de tendências, como a WGSN, combinam sua metodologia com pesquisas fundamentais. Isso abrange elementos qualitativos, como mudanças na legislação ou na cultura jovem, que podem influenciar as tendências. O papel humano na interpretação desses dados e na compreensão do contexto cultural continua sendo fundamental.
O uso da IA na indústria da moda oferece inúmeras vantagens, mas também desafios significativos. As previsões de tendências podem ser influenciadas por fatores emocionais e culturais que a IA não consegue captar. Por exemplo, o comportamento das pessoas nas mídias sociais nem sempre reflete suas escolhas de moda pessoais.
A IA pode fornecer insights valiosos, mas os consultores de tendências ainda são cruciais para interpretar os dados de maneira significativa e considerar as influências qualitativas. A criatividade humana e a compreensão do contexto continuam sendo insubstituíveis na moda.
Em última análise, a moda é uma forma de expressão cultural, e a sensibilidade humana desempenha um papel fundamental na interpretação das tendências e na tomada de decisões na indústria fashion. A IA é uma ferramenta valiosa, mas não pode substituir totalmente a expertise e o olhar humano na indústria que está em constante evolução. O futuro da moda provavelmente continuará a ser uma fusão de dados e criatividade, aproveitando o melhor de ambas as abordagens.
Integra da matéria por Priscille Biehlmann https://www.theguardian.com/technology/2023/oct/01/ai-artificial-intelligence-fashion-trend-forecasting-style