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Blockchain: protagonista das novas tecnologias

No post desta semana, o texto apresentado é sobre Blockchain. Por ser um tema bastante robusto e que suscita muitas dúvidas, vamos dividir o artigo em duas newsletters. Esperamos que gostem e aproveitem o conteúdo.


O que é blochchain

É um banco de dados seguro, compartilhado em uma rede de dados, onde informações atualizadas estão disponíveis para todos os participantes, ao mesmo tempo.

Blockchain, sem dúvida, está presente na maioria das principais histórias de tecnologia atuais. Todo mundo parece estar falando sobre isso – mas por baixo da conversa superficial nem sempre há uma compreensão profunda e clara do que é blockchain ou como ela funciona. Apesar de sua reputação de impenetrabilidade, a ideia básica que sustenta a blockchain é bastante simples e tem um grande potencial para modificar as indústrias atuais, de baixo para cima.

Blockchain é uma tecnologia que permite o compartilhamento seguro de informações. Os dados, obviamente, são armazenados em um banco de dados. As transações são registradas em um livro contábil denominado razão. Uma blockchain é um tipo de banco de dados distribuído ou livro razão – uma das principais tendências tecnológicas de hoje – que significa que o poder de atualizar uma blockchain é distribuído entre os “nós”, ou participantes, de uma rede de computadores (pública ou privada). Isso é conhecido como tecnologia de contabilidade distribuída, ou DLT. Os “nós” são incentivados com tokens digitais ou moeda para fazer atualizações em blockchains.

Blockchain permite o registro permanente, imutável e transparente de dados e de transações. Isso, por sua vez, possibilita a troca de qualquer coisa que tenha valor, seja um item físico ou algo menos tangível.

Uma blockchain tem três atributos centrais. Primeiro, um banco de dados blockchain deve ser, criptograficamente, seguro. Isso significa que para acessar ou adicionar algum dado no banco de dados, você precisa de duas chaves criptográficas: uma chave pública, que é basicamente o endereço no banco de dados, e a chave privada, que é uma chave pessoal que deve ser autenticada pela rede.

Uma blockchain é, ainda, um log digital ou banco de dados de transações, que significa que acontece totalmente online.

E, finalmente, uma blockchain é um banco de dados compartilhado em uma rede pública ou privada. Uma das redes públicas de blockchain mais conhecidas é a Blockchain do Bitcoin. Qualquer pessoa pode abrir uma carteira Bitcoin ou se tornar um bloco na rede. Outros blockchains podem ser redes privadas. Elas são mais aplicáveis a bancos e fintechs, onde as pessoas precisam saber exatamente quem está participando, quem tem acesso aos dados e quem tem uma chave privada para o banco de dados. Outros tipos de blockchains incluem blockchains de consórcio e blockchains híbridos, que combinam diferentes aspectos de blockchains públicos e privados.

Uma pesquisa do McKinsey Technology Council sugere que até o ano de 2027 até 10% do PIB global poderá estar associado a transações habilitadas para blockchain.

Mas no mundo do blockchain, o que é real e o que é apenas especulação? E como as empresas podem usar blockchain para aumentar a eficiência e criar valor?

Como funciona a tecnologia blockchain?

Um mergulho mais profundo pode ajudar a entender como a blockchain e outros DLTs funcionam.

Quando os dados em uma blockchain são acessados ou alterados, o registro é armazenado em um “bloco” junto com os registros de outras transações. As transações armazenadas são criptografadas por meio de uma impressão digital denominada hash- um código matemático único e imutável, como os criados com o algoritmo SHA-256. Novos blocos de dados não substituem os antigos; eles são anexados para que quaisquer alterações possam ser monitoradas. E como todas as transações são criptografadas, os registros são imutáveis. Portanto, qualquer alteração no livro-razão pode ser reconhecida pela rede e rejeitada.

Esses blocos de dados criptografados são permanentemente “encadeados” uns aos outros e as transações são registradas sequencialmente e indefinidamente, criando um histórico de auditoria perfeito que permite a visibilidade das versões anteriores da blockchain.

Quando novos dados são adicionados à rede, a maioria dos “nós” deve verificar e confirmar a legitimidade dos novos dados com base em permissões ou incentivos econômicos, também conhecidos como mecanismos de consenso. Quando um consenso é alcançado, um novo bloco é criado e anexado à cadeia. Todos os “nós” são, então, atualizados para refletir o registro da blockchain.

Em uma rede blockchain pública, o primeiro “nó” a provar com credibilidade a legitimidade de uma transação recebe um incentivo econômico. Esse processo é chamado de “mineração”.

Aqui está um exemplo teórico para ajudar a ilustrar como a blockchain funciona. Imagine que alguém está procurando comprar um ingresso para um show no mercado de revenda. Essa pessoa já foi enganada por alguém que vendia um ingresso falso, então ela decide tentar um dos sites de troca de ingressos descentralizados, habilitados para blockchain, que foram criados nos últimos anos. Nesses sites, cada tíquete recebe uma identidade única, imutável e verificável, vinculada a uma pessoa real. Antes que o espectador compre seu ingresso, a maioria dos “nós” da rede valida as credenciais do vendedor, garantindo que o ingresso seja de fato real. Ela compra o ingresso e curte o show.

O que é Proof of Work e como ela é diferente da Proof of Stake?

Lembre-se da ideia de mecanismos de consenso mencionada anteriormente? Existem duas maneiras pelas quais os nós de blockchain chegam a um consenso: por meio de blockchains privados, onde corporações confiáveis são os guardiões de mudanças ou adições a blockchain, ou por meio de blockchains públicos, de mercado de massa.

A maioria das blockchains públicas chega a um consenso por meio de um sistema de prova de trabalho (proof of work) ou prova de participação. Em um sistema de prova de trabalho, o primeiro nó, ou participante, a verificar uma nova adição de dados ou transação, no registro digital, recebe um determinado número de tokens como recompensa. Para concluir o processo de verificação, o participante, ou “minerador”, deve resolver uma questão criptográfica. O primeiro mineiro que resolver o quebra-cabeça recebe os tokens.

Originalmente, pessoas em várias blockchains mineravam como hobby. Mas como esse processo é potencialmente lucrativo, a mineração de blockchain foi industrializada. Esses pools de mineração de blockchain de prova de trabalho têm atraído a atenção pela quantidade de energia que consomem.

Em setembro de 2022, a Ethereum, uma rede de criptomoedas de código aberto, abordou as preocupações com o uso de energia atualizando sua arquitetura de software para uma blockchain de prova de participação. Conhecido simplesmente como “a fusão”, esse evento é visto pelos criptófilos como um momento marcante na história da blockchain.

Com proof of stake, os investidores depositam suas criptomoedas em um pool compartilhado em troca da chance de ganhar tokens como recompensa. Nos sistemas de proof of stake, os mineradores são pontuados com base no número de moedas de protocolo nativo que possuem em suas carteiras digitais e há quanto tempo as possuem. O minerador com mais moedas em jogo tem mais chances de ser escolhido para validar uma transação e receber uma recompensa.

Como blockchain, criptomoeda e finanças descentralizadas estão conectadas?

A Blockchain permite que compradores e vendedores negociem criptomoedas online sem a necessidade de bancos ou outros intermediários.

Todos os ativos digitais, incluindo criptomoedas, são baseados na tecnologia blockchain. O financiamento descentralizado (DeFi) é um grupo de aplicativos em criptomoeda ou blockchain projetado para substituir os intermediários financeiros atuais por serviços baseados em contratos inteligentes. Como a blockchain, os aplicativos DeFi são descentralizados, o que significa que qualquer pessoa que tenha acesso a um aplicativo tem controle sobre quaisquer alterações ou acréscimos feitos a ele. Isso significa que os usuários têm, potencialmente, um controle mais direto sobre seu dinheiro.

Quão seguro é a blockchain?

Blockchain tem sido chamada de “máquina da verdade”. Embora elimine muitos dos problemas que surgiram na Web 2.0, como pirataria e golpes, não é o melhor e o fim de tudo para a segurança digital. A tecnologia em si é essencialmente infalível, mas, em última análise, é tão nobre quanto as pessoas que a utilizam e tão boa quanto os dados que estão adicionando a ela.

Esse desafio, além dos obstáculos relacionados à escalabilidade e padronização, precisará ser enfrentado.

Mas o fato é que há um potencial grande para a blockchain, tanto para os negócios quanto para a sociedade.

Convidamos você para, juntos, continuarmos explorando o potencial deste novo mundo da tecnologia blockchain.

Até a próximo post!

Fontes:

McKinsey.

Artigos utilizados em todo o conteúdo parte 1 e 2:

“McKinsey Technology Trends Outlook 2022,” August 24, 2022

“Forward Thinking on tech and the unpredictability of prediction with Benedict Evans,” April 6, 2022, Janet Bush and Michael Chui

“Seven technologies shaping the future of fintech,” November 9, 2021, Dick Fong, Feng Han, Louis Liu, John Qu, and Arthur Shek

“CBDC and stablecoins: Early coexistence on an uncertain road,” October 11, 2021, Ian De Bode, Matt Higginson, and Marc Niederkorn

“Blockchain and retail banking: Making the connection,” June 7, 2019, Matt Higginson, Atakan Hilal, and Erman Yugac

“Blockchain 2.0: What’s in store for the two ends—semiconductors (suppliers) and industrials (consumers)?,” January 18, 2019, Gaurav Batra, Rémy Olson, Shilpi Pathak, Nick Santhanam, and Harish Soundararajan

“Blockchain’s Occam problem,” January 4, 2019, Matt Higginson, Marie-Claude Nadeau, and Kausik Rajgopal

“Blockchain explained: What it is and isn’t, and why it matters,” September 28, 2018